Dos Livros Aos Cadáveres: Uma Pedagogia Empírico-racional Na Reforma Do Curso De Medicina Da Universidade De Coimbra (1772)

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Sinopse

O relógio marcava cinco horas da tarde. Era quinta-feira, 14 de fevereiro de 1771. A noite chegava a Lisboa. Um grupo caminhava para se encontrar na casa de Sebastião José de Carvalho e Melo, que naquela época já havia recebido o título de Marquês de Pombal. Neste dia, a Junta de Providência Literária, criada pelo Rei D. José I, se reunia. Em seus diários, Manuel do Cenáculo escreveu: "fui chamado assistir a Junta que se faz na casa do Sr. Marquês de Pombal para reforma da Universidade de Coimbra". E foi a partir dessas reuniões que, em 1772, surgiram os novos Estatutos que reformavam as Faculdades de teologia, direito, medicina e criava as de filosofia e matemática. Investigamos, no presente livro, esse processo de modernização do ensino universitário em Portugal referente ao curso de medicina. Partindo de uma análise sobre as mudanças epistemológicas no século XVIII, buscamos compreender como se deram as transformações linguísticas, conceituais, metodológicas e pedagógicas do saber médico. O exame dessa questão permitiu traçar o caráter do método científico utilizado pela elite médica da época, sobretudo no que tange à valorização da experiência, da observação e dos princípios físico-matemáticos, permitindo uma expansão das novas concepções de corpo, saúde e doença.