Somos Todos Primatas. E O Que A Antropologia Tem A Ver Com Isso?

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Sinopse

Este livro resulta de uma pergunta que busco responder há alguns anos: É viável produzir uma antropologia que aborde as complexas e múltiplas relações possíveis entre humanos e outros animais?
Para analisar as possíveis respostas a essa pergunta, o texto segue uma lógica que apresenta e explora diversas facetas dessa questão em cinco capítulos. O Capítulo 1, "Por uma antropologia das relações entre humanos e outros animais", analisa as possibilidades, limites e armadilhas decorrentes ou inerentes aos estudos sobre as relações entre humanos e outros animais, considerando eventuais contribuições vindas da adoção de um ponto de vista antropológico.
O Capítulo 2, "Sobre semelhanças e alteridades: a cultura é realmente relevante?" trata de alguns dos problemas centrais relacionados à atribuição de cultura a humanos e outros animais. Para isso, apresenta o cenário das pesquisas sobre comportamento de animais, particularmente os chimpanzés, construído nos últimos 50 anos, assim como analisa algumas das razões pelas quais o conhecimento sobre outros animais torna-se cada vez mais relevante para a antropologia sociocultural. Ao fazer isso, assenta-se em uma reflexão histórica sobre como o conhecimento acerca de seres complexos e desconhecidos, humanos ou não, foi sendo elaborado tanto na antropologia quanto na primatologia entre os séculos XX e XXI.
O Capítulo 3, que recebeu o enigmático título "Nós, quem?", oferece uma análise de certos momentos críticos da história evolutiva recente da linhagem primata. A intenção é discutir alguns fatores relacionados à história evolutiva que promoveram o surgimento dos chamados humanos comportamentalmente modernos e dos chimpanzés contemporâneos. A intenção é partir de modelos comparativos e teorias disponíveis para pensar sobre uma questão central: o fato de humanos e chimpanzés serem seres profundamente sociais nos torna um único grupo, um coletivo que pode ser chamado de Nós?
O Capítulo 4, intitulado "Ética interespécies", explora contextos e consequências das descobertas recentes sobre os não humanos, bem como das relações interespécies e, principalmente, da modificação dos parâmetros que definem nossos lugares no mundo. Por fim, o Capítulo 5 nem é bem um capítulo. São reflexões, à guisa de Considerações Finais, que pretendem abrir possibilidades para convidar os leitores a continuar pensando sobre o assunto.