"da Panacéa Para Hygéa": Crianças, Mulheres E Famílias No Discurso Médico - São Paulo, 1920-1930

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Sinopse

O início do século XX foi marcado por uma série de questões que colocaram as crianças, em especial aquelas oriundas das classes populares, em evidência. Constroem-se discursos a seu respeito, bem como sobre suas famílias, que não se enquadravam no modelo preconizado, necessitando ser "recuperadas". Investe-se em estratégias de disciplina, normalização e controle social; criminalizam-se atitudes dissonantes da moral social estabelecida e legitimada pelo aparato "científico", cabendo à mulher papel de destaque nesse projeto. Ela organiza a família, sendo educada e educando conforme as regras da higiene. A proposta desta abordagem é analisar como se construíram e reafirmaram representações de crianças, mulheres e famílias. Vários foram os discursos que apareceram integrados nesse objetivo, no entanto, esta pesquisa concentra-se na análise das produções médicas, dando destaque à figura de Geraldo Horácio de Paula Souza e suas propostas à frente do Serviço Sanitário e do Instituto de Higiene, assim como suas conexões políticas nacionais e internacionais efetivadas no acordo com a Fundação Rockefeller. Com a criação dos Centros de Saúde e a formação de Educadoras e Visitadoras Sanitárias como estratégias para a efetivação de sua política de diagnóstico e intervenção nos modos de vida das classes populares, deu-se prioridade às ações relativas à infância, vista como fase da vida privilegiada para impressão dos valores e das sociabilidades que se pretendiam dominantes.