Canto De Muro

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Sinopse

Quem conhece Luís da Câmara Cascudo apenas como folclorista e etnógrafo vai se surpreender (e se deliciar) com este Canto de Muro. "Romance de costumes", como o chamou o autor, o livro pode ser definido como um deslavado namoro com a natureza e reverência pelas espécies animais menos prestigiadas pelo bicho-homem: ratos, cobras, escorpiões, morcegos, aranhas, baratas "profissionalmente famintas", formigas, besouros, o grilo "solitário e tenor", o sapo "orgulhoso, atrevido e covarde na classe musical dos barítonos", as lagartixas, muito educadas, balançando "as cabecinhas triangulares concordando com tudo", todo o povinho miúdo que vive nos quintais das velhas casas, nos cantos de muro, entre trepadeiras, tijolos quebrados, e um tanque, no qual vão se abeberar os bem-te-vis, os xexéus, as lavadeiras de casaca preta. Com tais senhores e senhoras flagrados em suas atividades diárias (a busca de alimento, a luta das espécies, os rituais de acasalamento), Cascudo constrói uma espécie de narrativa épica, repleta de poesia, na qual esses pequenos e humildes seres assumem a grandeza de personagens de Homero. De fato, há alguma coisa de epopeia na caçada de Sofia, a coruja, aos morcegos,...