Sinopse
O estudo da obra de Agostinho centra-se no itinerário místico da alma para Deus, na perspectiva em que a abertura ao divino, auxiliado pela graça, é a condição para que o ser humano passe da aversio a conversio e alcance, em sua totalidade, a deificação. A mística em Agostinho é o ingresso no mais íntimo de si, pois é a contemplação do divino que é superior à alma. Nesse sentido, o movimento de interioridade é, também, de elevação a Deus. Seu pensamento filosófico gravita em torno da experiência de fé e da busca do homem pelo Sumo Bem. Essa busca, porém, não é entendida como invalidação da razão, do esforço do intelecto em elevar-se à verdade, mas como prevalência que direciona a alma à contemplação do Absoluto, uma vez que a alma tende para Deus e encontra Nele sua perfeição. Isso porque a deificação é a mudança radical do ser humano no divino, uma participação, o quanto seja possível à criatura, na vida de Deus. Nessa direção, união e deificação são tratados como consumação que se realiza na totalidade do ser humano, ou seja, corpo e alma.