Ilustríssima Conversa

Javier Montes: Luz del Fuego, queer e protofeminista, é bússola para superar intolerância

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Sinopse

Durante cinco anos, no final dos anos 1940 e começo dos anos 1950, Luz del Fuego causou alvoroço na entrada do Baile de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A regra do Carnaval é subverter as regras, mas tudo tem limite. Durante cinco anos, a dançarina desceu do seu conversível, subiu a escadaria do teatro —algumas vezes carregando uma das suas jiboias, algumas vezes besuntada em óleo, mas sempre completamente nua— e foi barrada pelos porteiros. Em 1952, para a surpresa de todos, Del Fuego chegou fantasiada de noiva e pôde entrar no baile. O traje de mulher que se rendeu aos bons costumes não era mais que uma fantasia. Dentro do teatro, ela sacou duas pistolas e começou a atirar para o teto, causando um verdadeiro pandemônio entre os convidados. O escritor espanhol Javier Montes, autor de um livro recém-lançado sobre Luz del Fuego, escolheu essa cena para apresentar aos leitores a dançarina, naturista, guerrilheira urbana ou performer. São muitas as possibilidades para se referir a ela —em comum, toda