Josés Peregrinos

  • Autor: João Salvioni Lopes
  • Editora: Chiado Brasil
Experimente 30 dias Grátis Promoção válida para novos usuários. Após 30 dias, será cobrado valor integral. Cancele quando quiser.

Sinopse

Enquanto pensava, sem ao menos dar conta do tempo, a noite se aproximava:
na praia só se ouvia o barulho das ondas se desfazendo na areia, os barcos de
pesca, antes visíveis, já começavam a se tornarem pontos luminosos no meio
do oceano, o meu quarto já na penumbra... Mesmo assim, eu acreditava que
ele ainda ligaria, talvez para dizer que o dinheiro só seria depositado no dia
seguinte. Uma coisa ele jamais deixou de fazer: cumprir o que prometia, ainda
que tardiamente. Lembrei-me de uma coisa que estava adormecida na minha
memória: certa vez, combináramos que quem falecesse primeiro e constatasse
que do outro lado da vida corporal existia outra forma de vida, como
sobrevivência da alma, do espírito, voltaria para informar o que estivesse vivo,
se não fosse capaz de se fazer ver ou se comunicar verbalmente, mas se
pudesse emitir algum som utilizando-se de outro meio, produziria o que
previamente já havíamos combinado: duas batidas, representando ele e eu;
intervalo e mais três, representando a Santíssima Trindade; novo intervalo e
mais uma que seria o Adeus. Mais uma razão para acreditar que ele estava
vivo, porque não me aparecera dessa forma, para me informar e dar o seu
Adeus.Enquanto eu estava pensando, de repente, foi surgindo, junto à porta, a
sua imagem lenta, progressivamente, mas ainda meio transparente. Ao invés
de assustar-me com a sua aparição, lembrei-me do que me fez com relação ao
dinheiro prometido e fiquei muito zangado: pulei da cama, furioso e gritando:-
Que sacanagem!!! Nem morto, Jotaésse???!!!